sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Por que Èsú é o primeiro ?


Para que os seres humanos vivam bem neste mundo é preciso estar bem com os deuses. Por isso,
os homens propiciam aos òrisá,oferendas um pouco de tudo que produzem e que é essencial a vida, estás oferendas dos homens aos òrisá estas oferendas tem que chegar até o mundo dos deuses o Òrun o orisá Èsú é o responsável por este transporte. Também é preciso saber se o òrisá está satisfeito pelo que recebeu  descendentes, os seres humanos. Èsú faz essa comunicação traz mensagens é o mensageiro é fundamental para sobrevivência dos mortais receber determinações que os òrisá enviam do àiyé Èsú é o portador orientações e ordens, é o porta voz dos deuses e entre os deuses Èsú faz a ponte entre esse mundo e o mundo dos òrisá, especialmente as consultas oraculares. Como os òrisá interferem em tudo que ocorre neste mundo, incluindo no cotidiano dos viventes e fenômenos  da natureza,nada acontece sem o trabalho  do mensageiro e portador Èsú. Nada se faz sem ele, nenhuma mudança, nem mesmo uma repetição. Sua presença está consignada até mesmo no primeiro ato da Criação: sem Èsú, nada  é possível. O poder de Èsú, é incomensurável.
O sacrifício é o meio pelo qual os humanos se dirigem aos òrisá, e o sacrificio significa a reafirmação dos laços de lealdade, solidariedade e retribuição entre os habitantes do àiyé e os habitantes do Òrun. Sempre que um òrisá é interpelado, Èsú também o é, pois a interpelação de todos se faz por meio dele. É preciso só que ele receba a oferenda, sem a qual  a comunicação não se realiza. a relação homem-òrisá tem como fundamento a materialidade do sacrifício, a concreção da oferenda. Isso é uma definição religiosa, um ponto de partida essencial na concepção africana do sagrado. A própria possibilidade de o homem professar sua religião de òrisá, seja na Africa, no Brasil, ou noutro lugar depende do trabalho de Èsú. como mensageiro dos deuses, Èsú tudo sabe, não há segredos para ele, tudo ele ouve e tudo ele transmite; e pode quase tudo, pois conhece as receitas, todas as formulas, todas as magias. Èsú trabalha para todos, não faz distinção entre aqueles a quem deve prestar serviços por imposição de seu cargo,o que inclui todas as divindades,mais os antepassados e os humanos. Èsú não pode ter preferência por esse ou aquele. Mas talvez o que o distingue de todos os outros deuses é seu caráter de transformador: Èsú é aquele  que tem o poder de quebrar tradição, por as regras em questão romper as norma e promover a mudança. Não é de se estranhar que seja temido e considerado perigoso, posto que se trata daquele que é o próprio principio do movimento,que tudo transforma, que não respeita limites. Assim, tudo o que contraria as normas sociais que regulam o cotidiano passa a ser atributo seu. Èsú carrega qualificações morais e intelectuais próprias do responsável pela manutenção e funcionamento do "status quo", o principio da continuidade garantida pela sexualidade e reprodução humana,mas ao mesmo tempo ele é o inovador que fere as tradições, um ente nada confiável, que se imagina, por conseguinte, ser dotado de caráter instável, duvidoso, interesseiro, turbulento e arrivista. Èsú é o patrono da cópula, que gera filhos e garante a continuidade do povo e a eternidade do homem. Nenhum ou mulher pode se sentir feliz sem uma prole numerosa  e a atividade sexual é decisiva para isso.É da relação intima  com a reprodução e a sexualidade, tão explicitadas pelos símbolos fálicos que o representam, que decorre a construção mistica do gênero libidinoso, lascivo, carnal e desregrado de Èsú-Elegbara. Isso tudo contribuiu enormemente para modelar sua imagem de òrisá  difícil e perigoso, que os cristãos, erroneamente reconheceram como demoníaca. Quando a religião dos òrisá veio a ser praticada no Brasil do século 19 por negros também católicos, todo sistema cristão de pensar o mundo em termos do bem e do mal deu um novo formato a religião africana, no qual  Èsú veio a desempenhar outro papel. A visão "cristã" dos òrisá confundiu Oxalá com Jesus, Iemanjá com Nossa senhora, e outros santos católicos com demais òrisá. Para completar o panteão afro-católico, sobrou para Èsú ser confundido com o diabo. Foi portanto, o sincretismo católicos que deu a Èsú a identidade de um demônio. Mas essa identidade destorcida sempre foi católica, cristã, sincrética. Não tem nada de africana. Para não provocar confusão, bagunçar a cerimonia, como se ele fosse um simples oportunista e arruaceiro. É uma visão bem simplista  e por demais falsa. Èsú antes de tudo é movimento e nada pode acontecer sem ele. Nada pode  portanto, se dar sem a interferência de Èsú por isso ele é sempre o primeiro a ser referenciado: é preciso permitir o movimento para que o evento, seja ele qual for para o bem, o para o mal. esse movimento não é dotado de moralidade, nem poderia ser, pois, se assim fosse o mundo ficaria paralisado, a vida é um pulsar permanente, e em cada passo, em cada mudança  ou retrocesso enfim, Èsú está presente, tudo começa por ele por isso ele sera sempre o primeiro.                 

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