sábado, 21 de fevereiro de 2015

Itan de Xangô

"Xangô" procurava a melhor forma de governar e de aumentar seu prestígio junto ao seu povo, conta-se que, para fortalecer seu poder junto ao seu povo, xangô mandou trazer da terra dos baribas um composto mágico, que acabaria sendo sua perdição. O rei Xangô, que depois seria conhecido pelo  cognome de trovão sempre procurava descobrir novas armas, para com elas conquistar novos territórios. Quando não fazia a guerra, cuidava do seu povo. No palácio recebia a todos e julgava suas pendências, resolvendo disputas, fazendo justiça, nunca se queixava. Um dia mandou sua esposa Oyá ir ao reino vizinho dos baribas e de lá trazer  para ele a tal poção mágica, a respeito da qual ouviria contar maravilhas. Oyá foi e encontrou a mistura mágica, que tratou de transportar numa cabacinha. A viagem de volta era longa, e a curiosidade de Oyá era tanta, que num certo momento, ela provou da poção e achou o gosto ruim, quando cuspiu o gole que tomara, entendeu o poder do poderoso líquido Oyá cuspiu fogo, Xangô ficou entusiasmadíssimo com a nova descoberta. Se ele já era o mais poderoso dos homens, imaginem agora, que poderia botar fogo pela boca. Que inimigo resistiria ? Que povo não se submeteria ? Xangô então passou a testar diferentes maneiras de usar melhor a nova arte que certamente exigia pericia e precisão. Num desses dias, o obá de Oió subiu a uma elevação levando a cabacinha mágica, e lá do alto começou a lançar seus assombrosos jatos de fogo. Os disparos incandescentes atingiam a terra chamuscando árvores, incendiando pastagens, fulminando animais. O povo amedrontado, chamou aquilo de raio. Da fornalha da boca de Xangô, o fogo que jorrava provocava as mais impressionantes explosões . De longe o povo escutava os ruídos assustadores, que acompanhavam as labaredas expelidas por Xangô. Aquele barulho intenso, aquele estrondo fenomenal, que a todos atemorizava e fazia correr, o povo chamou de trovão. Mas, pobre Xangô, a sorte a sorte foi-lhe ingrata. Num daqueles exercícios com a nova arma, obá errou a pontaria e incendiou seu próprio palácio. Do palácio, o fogo foi para o telhado, queimando todas as casas da cidade. Em minutos, a orgulhosa cidade de Oió virou cinzas. Passado o incêndio, os conselheiros do reino se reuniram, e enviaram o ministro Gbaca, um dos mais valentes generais do reino para destruir Xangô. Gbaca chamou Xangô à luta e o venceu, humilhou Xangô e o expulsou da cidade. Para manter-se digno, Xangô foi abrigado a cometer o suicídio. Era esse o costume antigo. Se  uma desgraça se abatia sobre o reino, o rei era sempre considerado o culpado. Os ministros lhe tiravam a coroa e o obrigavam a tirar a própria vida cumprindo a sentença imposta pela tradição. Xangô se retirou para floresta e numa árvore se enfocou. "Obá so! obá so"! " O rei se enforcou", correu a notícia. Mas ninguém encontrou seu corpo e logo correu a notícia, alimentada com fervor pelos seus partidários, que Xangô tinha se transformado num orisá. O rei tinha ido para o Orum, o céu dos orisá. Por todas as partes do império os seguidores de Xangô proclamaram: Obá ko so!, que quer dizer "O rei não se enforcou"! "obá ko so!Obá kossô"! "O rei não se enforcou".






















Nenhum comentário:

Postar um comentário