domingo, 15 de março de 2015

Acaçá a comida de todos os orixás




Acaçá a comida dos orixás







As definições mais elementares do acaçá (akàsà) dizem que se trata de uma pasta de milho branco ralado ou moído envolvida, ainda quente em folhas de bananeira. A definição é correta, mas extremamente superficial, pois o acaçá é de longe a comida mais importante do candomblé. Seu preparo e forma de utilização nos rituais e oferenda, envolve preceitos e regulamentos bem rígidos que nunca podem deixar de ser observados. Todos os orixás, de Exú a Oxalá, recebem acaçá, todas as cerimônias, do ebó mais simples aos sacrifícios de animais, levam acaçá. Em rituais de iniciação, de passagens fúnebres e tudo o mais que ocorra em uma casa de candomblé só acontece com presença de acaçá. a vida e a morte no candomblé se processam à partir dessa oferenda fundamental, sem a qual nenhum homem seria poupado dos dessabores e percalços do destino. Quando recorremos à história dos orixás, percebemos o grande mal que a humanidade se submete todas as vezes em se afasta do poder divino, representado nesse caso,pelo poderoso Orun a morada de todas as divindades,
e pelo deus supremo Senhor do Destino dos Homens, Olodumaré também conhecido como Olorum.
Certa vez, a terra foi acometida por uma terrível seca. Havia anos que não chovia, as mulheres estavam estéreis, o solo infértil a fome, a doença a morte assolavam a população. A iminência da destruição levou os orixás a consultar Ifá o deus de todos os oráculos, que revelou a nacessidade de se fazer uma grande oferenda ao próprio deus Olodumaré,que há muito já não se ocupava dos problemas da Terra nem dos homens. Conforme transcrição do texto sagrado. Ifá disse aos orixá que:

Tí àwon bà ì leè se Ìrúbo yí
Àánú àwon lati máa se olódumarè nigbá gbogbo.
Lati môo fì àwon si iránti itójú ayé ´yi
Ba ´yi ni ó bá ebo halé
Wón fi ewéré han,
Àgùtàn han,
Ajá han àti adie è han,
Èyelé han, ehuú han
Aja à han àti adie è han,
Àti erinlá han pèlú
Eyeègbó han
Èye òdàn han,
Eranngbó han
Eran òdàn han, eranlè...

Somente se pudessem fazer oferenda,
Olodomaré teria sempre
misericórdia deles.
Ela se lembraria deles e
zelaria pelo mundo,
Foi assim que prepararam
a oferenda.
Eles colocaram:
Uma cabra,
Uma ovelha,
Um cachorro e
uma galinha.
Um pombo,
Um preá,
Um peixe,
Um ser humano,
Um touro selvagem,
Um pássaro da floresta,
Um pássaro da savana,
Um animal doméstico...
A lista de oferendas segue e nos faz supor que está indicando uma grandeza e não um conjunto de oferendas propriamente dito. Em outros termos, era preciso ofertar algo a Olodumaré que pudesse representar todos os seres vivos da Terra, e nesse contexto insere-se o valor do simbólico.Os signifi-cados profundos de alguma coisa acabam evocando aquilo que por foça das circunstâncias,ou mesmo por impossibilidade reais, é abstraído. Todavia, que a oferenda poderia substituir um sacrifício desta proporção, contendo, inclusive um ser humano?
Só existe uma oferenda capaz de restituir o axé e devolver a paz e a prosperidade na Terra,e ela é justamente o acaçá. Mas o que faz de uma comida aparentemente tão simples a maior das oferendas aos orixás? Será que todos sabem o que realmente é um acaçá? Façamos então uma classificação dos
elementos que compõem o acaçá para chegarmos a derradeira conclusão. Primeiramente, é preciso esclarecer que a pasta branca a base de farinha de milho (que fica alguns dias de molho e depois é passada pelo pilão ou moinho) chama-se na verdade eco (èko). Depois de coxear, uma porção da pasta, ainda quente, é envolvida em um pedaço de folha de bananeira (ewé- éko) para enrijecer ( na Africa é utilizada outra folha, chamada èpàpo), tornando-se agora sim o acaçá.
Percebe-se a fundamental importância da folha de bananeira, uma vez que o eco só passa a ser acaçá
quando envolvido em uma folha verde que lhe atribui existência individualizada, pois passa a ser uma porção desprendida da massa, assim como o emi, que da vida aos seres, é na verdade, uma parte da atmosfera, ou do próprio Olorum que todo ser leva dentro de si, o sopro da vida, o ar que respiramos.
Portanto , o acaçá é um corpo, o símbolo de um ser. A única oferenda que restitui e redistribui o axé, é importante insistir que o que faz o acaçá um corpo único, eminente representação de um ser, é a folha,seu poderoso invólucro verde, que lhe confere individualidade e força vital diante do poderoso Orum, dos orixás e do grande deus Olodumaré.Somente a água é tão importante quanto o acaçá pois não existe substituto para nenhum dos dois, que são, a exemplo do obi, elementos indispensáveis em qualquer ritual. Ambos configuram-se como símbolos da vida, e é justamente afastar a morte do caminho das pessoas, para que o sacrifício não seja o homem, que são oferecidos.
o acaçá remete ao maior significado que a vida pode ter, a própria vida. E por ser o grande elemento apaziguador, que arranca a morte, a doença, a pobreza e outros males do seio da vida, tornou-se a comida e predileção de todos os orixás.

         
                             

                                 O grande fundamento

Nem todas as palavras são suficientes para decifrar o valor do acaçá. Basta admitir que os segredos estão nas coisas mais simples para ver que muitos julgaram insignificantes, a comida mais importante
do candomblé, banalizando o segredo e privilegiando a intuição em detrimento do fundamento.
Fato é que quem não faz um bom acaçá não é um bom conhecedor do candomblé, pois as regras e diretrizes da religião dos orixás nunca foram ditadas pela intuição. Constituem grandes ensinamentos
cristalizados ao longo de anos e anos de tradição. Aos incautos vale afirmar que candomblé não é intuição mas fundamento sim, e fundamento se aprende. Fundamento é o segredo compartilhado, o mistério sagrado, o detalhe que faz a diferença e a prova de que ninguém pode enganar o orixá. Aqui o grande fundamento é que o sangue dos animais sacrificados jamais pode jorrar sobre os ibás (igbá) sem a presença do elemento pacificador, pois o acaçá simboliza a paz. Quando ofertado e retirado do seu invólucro verde, tornando-se comida de Oxalá que agrada a todos os orixás. A primeira oferenda que se deve ser colocada diretamente no assentamento, juntamente com obi e a água, antes de qualquer sacrifício. Muitas vezes o sangue do animal não é colocado diretamente no ibá, a panela onde se faz o assentamento para o orixá. Primeiramente, no candomblé, o ejé (sangue) é batido, porque a " quentura" do sangue, seu vermelho intenso, agride ou se choca a energia de orixás, como oxalá por exemplo. O acaçá deve permanecer fechado, imaculado até o momento de ser entregue ao orixá, só então é retirado da folha.É como se o sagrado tivesse oculto até a hora da oferenda, prova de que o segredo, prova de que o segredo é quase sempre quase sempre um elemento consagrado. E o segredo do acaçá é enrolar o ecó na folha de bananeira, é que mantém o terreiro em pé. Não existe acaçá que não seja enrolado na folha de bananeira entretanto a imprudência vigora em muitos terreiros e não raras vezes se ouve falar de "novas iguarias"apresentadas como acaçá. Os mais comuns são os "acaçás" de pia e de forno. No primeiro caso, a massa de ecó, mais grossa, é colocada as colheradas sobre o mármore das pias, onde os"bolinhos"esfriam antes de ser em utilizados nos ritos. Na segunda " receita", a massa é espalhada em uma fôrma e posteriormente cortada em quadradinhos. Este é um procedimento incorreto e condenável, e as pessoas que agem assim então faladas ao insucesso e não podem ser consideradas pessoas de axé. Não há candomblé sem acaçá, nem acaçá sem folha. A religião não admite modificações na essência, e essa comida é essencial portanto inviolável.


































terça-feira, 3 de março de 2015

Exú na África

Exú é um orixá ebora de múltiplos e contraditórios aspectos, o que torna difícil defini-lo de maneira coerente. De caráter irascível  ele gosta de suscitar dissensões e disputas, de provocar acidentes e calamidades públicas e privadas. Ele é astucioso, grosseiro, indecente, a tal ponto que os primeiros missionários, assustados com essas características compararam - no com o diabo, dele fazendo símbolo de tudo oque é maldade, perversidade e objeção, em oposição a bondade, a pureza à elevação
e ao amor a Deus. Entretanto, Exú possui o seu lado bom, se ele é tratado com consideração, reage favoravelmente, mostrando-se, serviçal e prestativo, se pelo contrário as pessoas se esquecerem de lhe oferecer sacrifícios e oferendas podem esperar todas as catástrofes. Exú revela-se, talvez, desta maneira o mais humano dos orixás, nem completamente mau, nem completamente bom.
Ele tem as qualidades dos seus defeitos, pois é dinâmico e jovial,constituindo-se assim, um orixá protetor, havendo mesmo pessoas na África que usam orgulhosamente nomes como Èsùbíyií (concebido por Exú), ou Èsù tósìn ( Exú merece ser adorado).
Como personagem histórica, Exú teria sido um dos companheiros de Odùduà quando da sua chegada a Ifé, e chamava-se Èsù Obasin. Tornou-se,  mais tarde um dos assistentes de Orummilá, que preside a adivinhação pelo sistema de Ifá, segundo Epega, Exú tornou-se rei de Kêto sob o nome de  Èsù Alákéto. É Exú que supervisiona as atividades do mercado do rei em cada cidade, o de Oyó é chamado Èsù Akesn. Como orixá diz que ele veio ao mundo com um porrete, chamado ogò, que a propriedade de transporta-lo em algumas horas, a cetenas de quilômetros de distancia e de atrair , por um poder magnético, objetos situados a distância igualmente grandes. Exú é o guardião dos templos, das casas, das cidades e das pessoas e também ele que serve de intermediário enter os homens e os deuses. Por essa razãoé que nada se faz sem el e sem oferendas lhe sejam feitas, antes de qualquer outro orixá, para neutralizar sua tendência a provocar mal-entendidos entre os seres  humanos e em suas relações com os deuses e, até mesmo, dos deuses entre si. Exú teve numerosas brigas com outros orixás, nem sempre saindo vencedor, certas lendas nos contam seus sucessos e seus reveses nas suas relações com Oxalá, ao qual fez passar alguns maus momentos, em vingança por haver recebido certas oferendas, quando Oxalá foi enviado por Olodumaré o deus supremo para criar o mundo.
Exu´provocou-lhe uma sede intensa que Oxalá bebeu vinho de palma em excesso, como conseqüências desastrosas , como veremos. Teremos oportunidade também de ver como Exú foi responsável pelos transtornos de que mesmo Oxalá foi objeto quando certa vez foi visitar Xangô.
Por outro lado, em lendas publicadas numa outra obra.narra-se que houve uma disputa entre Exú e o Grande Orixá, para saber qual dos dois orixás era o mais antigo e, em conseqüência, o mais respeitável, Oxalá provou sua superioridade durante um combate cheio de peripécias, ao fim do qual ele apoderou-se da cabacinha que encerra o poder de Exú, transformando-o em seu servidor, durante
uma competição da mesma natureza entre Exú e Obaluaê, foi esse ultimo que saiu igualmente vencedor. O lado malfazejo de Exú é evidenciado nas seguintes histórias, uma delas, bastante conhecida e da qual existem numerosas variações, conta como ele semeou discórdia entre dois amigos que estavam trabalhando em campos vivinhos. Ele colocou um boné vermelho de um lado e branco do outro e passou ao longo de um caminho que separava os dois campos. Ao fim de alguns instantes, um dos amigos fez alusão a um homem de chapéu vermelho o outro retrucou que o boné era branco, e o primeiro voltou  a insistir mantendo a sua afirmação, e o segundo permaneceu firme na retificação. Como ambos era de boa fé apegavam-se em seus pontos de vista, sustentando-os com ardor e, logo depois, com cólera lutando corpo a corpo e mataram-se um ao outro. Uma outra lenda mostra Exú mais maquiavélico ainda. Ele foi procurar uma rainha abandonada já há algum tempo por
seu marido, e lhe disse traga-me alguns fios da barba do rei e corte-os com está faca. Eu lhe farei um amuleto que lhe trará de volta seu marido. Em seguida Exú foi a casa  do filho da rainha, que era o príncipe herdeiro. Este vivia numa residência situada fora dos limites do palácio do rei. O costume assim o determinava, a fim de prevenir toda tentativa de assassinato de um soberano por um príncipe
impaciente por subir ao trono. O rei vai partir para guerra  disse ele, e pede seu comparecimento está
noite no palácio, acompanhado de seus guerreiros."Finalmente Exú foi ao rei e disse-lhe". A rainha magoada pela sua frieza, deseja matá-lo para se vingar. Cuidado está noite. O rei deitou-se, fingiu dormir, e viu, logo depois, a rainha aproximar uma faca de sua garganta, o que ela queria era cortar
um fio da barba do rei, mas ele julgou que ela desejava matá-lo. O rei desarmo-a e ambos lutaram, fazendo grande algazarra, o príncipe, que chegava ao palácio com seus guerreiros, escutou gritos nos aposentos do rei e correu para lá, vendo o rei com uma faca na mão, o príncipe pensou que ele queria matar sua mãe. Por seu lado, o rei, ao ver seu filho penetrar nos seus aposentos, no meio da noite, armado e seguido por seus guerreiros acreditou que eles desejavam assassina-lo. Gritou por socorro. A sua guarda acudiu e houve uma grande luta seguida de massacre generalizado. Uma história mais simples mostra a atividade de Exú na vida cotidiana: uma mulher encontra-se no mercado vendendo os seus produtos. Exú põe fogo na sua casa , ela corre para lá, abandonando seu negócio. A mulher
chega tarde, a casa está queimada e, durante esse tempo um ladrão levou suas mercadorias.
Nada disso teria acontecido- nem os amigos teriam brigado,nem o rei e o príncipe teriam se massacrado, nem a vendedora não teria se arruinado - se tivessem feitos a Exú as oferendas usuais.





O lugar consagrado a Exú entre os iorubas é constituído de um pedaço de pedra porosa, chamada yangi, ou por um montículo de terra grosseiramente modelada na forma humana, com olhos, nariz e boca assinalados com búzios,  ou então ele é representado por uma estátua, enfeitadas com fieiras de búzios tendo em suas mãos pequenas cabaças (àdó), contendo os pós por ele utilizados em seus trabalhos. Seus cabelos são presos numa longa trança, que cai para trás e forma em cima, uma crista
para esconder a lâmina de faca que ele tem no alto do crânio. Isso, por sinal, é dito em uma de suas
saudações: "Sonso abè kò lóri eriù". " A lâmina (sobre a cabeça) é afiada, ele não tem (pois) cabeça para carregar fardos".
A Exú são oferecidos bodes e galos, pretos de preferência, e pratos cozido no azeite - de- dendê (epo)
porém nunca se deve lhe oferecer o óleo branco (àdi), que extraído das amêndoas contidas no caroço do dendê. Este àdi tem a reputação de ser " cheio de violência e cólera". Dizem que uma boa maneira de se vingar de um inimigo consiste em derramar sobre a estátua de Exú esse óleo, fervendo de preferência declarando em voz alta que está oferenda é feita pela pessoa desprezada. Exú não deixaria então de lhe pregar uma peça!
Os elégùn de Exú participam das cerimônias celebradas para os outros orixás. Alguns acompanham Xangô e trazem nas costas uma tralha curiosa, onde se encontram, em desordem, duas ou três estatuetas de Exú fieiras de búzios, pentes, espelhos e as indispensáveis cabacinhas àdó contendo sei poder. Outros chamados alùpòna, participam da cerimônias que se realizam a cada quatro dias, para Ogum, na região de Holi. No decorrer de suas danças trazem sempre nas mãos o agò, bastão de forma fálica.






                                                     EXÙ ELEGBARÀ


quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

OBI o fruto sagrado do orisá



OooOOoooOoooooooo                                           





Obi o fruto sagrado dos orisá


Obi = noz - de - cola uma definição que não determina seus vários significados. O obi ao qual nos referimos é originário da África que é a noz do caminho = o odus algo equivalente à noz do destino.
Uma semente pequena que faz parte de todos os rituais promovidos na vida de um ser humano, inclusive axexê ritual fúnebre. O obi é um oráculo complexo e completo, destinado a ritualidade e não à espiritualidade. Ele em si implica em espiritualidade ao comê-lo. Dentro do Ifá o obi representa os quatro pontos cardiais da terra e que tem o poder de gerar o espaço em qualquer circunstância .
Assim jogar o obi é como se o indivíduo estivesse fazendo um exercício corporal, jogando-se ao chão
aleatoriamente para, a partir dai extrair a mensagem de Ifá e determinar como ele mesmo encontra-se
dentro de seu próprio espaço e ambiente sagrado para poder descobrir qual resultado do ritual promovido. É preciso que leve em consideração os odus de Ifá que estão contido dentro desse jogo e,
para encontrá-los, as pessoas especializadas o jogam dentro de uma ritualidade específica.
Somente aqueles que possuem conhecimentos sobre os odus de Ifá conseguem ter uma visão ampla do resultado alcançado. O obi mais comum de ser encontrado é o de quatro partes, embora a consulta 
possa ser feita com obi de duas, três , seis ou com dois obi de quatro partes. Quando o obi é de cinco partes, a quinta é considerada infértil. O que significa que essa  parte do obi deve ser mascada e soprada sobre o "assentamento do orisá" antes de dar continuidade ao ritual de oferecimento do obi
podendo ser oferecido para exú ou iyami. O oráculo obi também conta com tempo e o espaço, alcança a consciência de Olodumare e esclarece sobre os elementos utilizados no ritual, sendo impossível fazer um ritual de obi se o indivíduo que consulta não sabe o significado de outros elementos  como efun, osun e iyerosun , animais e plantas e mesmo o significado do obi, em si, que que aparece como testemunho dos infortúnios da vida, cabendo a ele a responsabilidade de resolver essas questões  a favor dos dos menos afortunados, desde que despertado seu axé adequadamente.
As orações são modos íntimos de comunicação e os oráculos, dentre eles o obi, são usados para estabelecer diálogo entre os devotos e as divindades, os orixás. Se o homem abrir os braços e as pernas, se encontrará dentro do quadro, as pernas aparecem como a foça da estrutura terrestre mantida pela força gravitacional, os braços como elementos que indicam espaços gerado em torno do ritual e a sua ori, cabeça, dividida em quatro, faz referência as quatro partes que compõe o obi .
O quinto elemento extraído do obi, que é o embrião ou bulbo, representa seu sacrifício, sem o qual não poderá ser aceito, assim como a quinta parte, oke-ori, alto da cabeça, estabelece vinculo e a extração da consciência de Olodumare - Orunmila.



Como é mais usado o oráculo do Obi

O obi depois do eko, acaça e água é o elemento mais usados dentro dos rituais. Além de participar como elemento da própria oferenda, a ele  cabe a responsabilidade de indicar o resultado do ebó.
O obi representado num ritual, além de servir de alimento à terra na própria oferenda, serve para dar continuidade a vida e equilíbrio a natureza o que significa a união entre os seres humanos e os orixás.  Normalmente, o obi dos caminhos é usado para obter uma resposta simplificada  do resultado-sim ou não como resposta dos orixás e ancestrais, através de uma simples abordagem de seu ajubo ou
"assentamento".




                               A CRIAÇÃO DO OBI 


                    

                                                 
No dia que Olodumare descobriu que as divindades estavam lutando entre si, antes de ficar esclarecido que Exú era o responsável pela confusão, ele decidiu as quatros divindades mais moderadas que existem: a paz, a prosperidade, concórdia e a vida - unica divindade feminina presente para resolver a questão do desrespeito dos mais jovens  sobre os mais velhos.
Eles rezaram pela união e o equilíbrio de todos. Enquanto rezavam pela harmonia, Olodumare abriu e fechou sua mão direita  e apanhou o ar, e em seguida fechou e abriu sua mão esquerda, e de novo apanhou o ar. Foi para fora e plantou o conteúdo no chão, Olodumare plantou as orações e, no dia seguinte, uma árvore surgiu no lugar era a árvore do obi, que cresceu floresceu e deu frutos. 
Quando os frutos amadureceram começaram a cair no solo. A vida- divindade feminina pegou os frutos e levou para Olodumare e este lhe disse para preparar os frutos do jeito que mais lhe agradasse para comê-los. Primeiro, a Vida  os torrou, eles mudaram de de textura e o gosto ficou muito ruim. No outro dia ela os cozinhou, eles mudaram de cor e não podiam ser comidos, ficaram horríveis.
Enquanto isso paz, e prosperidade  e concórdia fizeram outros experimentos mas todos malsucedidos.
Então elas foram a até Olodumare disseram que era impossível preparar os frutos.Como ninguém descobriu como preparar o obi, a divindade do obstáculo se ofereceu como voluntária, todos os frutos colhido foram entregues a "ele". A divindade do obstáculo partiu a cabaça do obi, retirou os frutos-sementes, lavou e os guardou embrulhados em folhas por 14 dias. Após esse período. "ele" percebeu que os frutos estavam bastantes vigorosos e frescos. Então começou a comê-los cru e viu que não havia problema algum.
A vida levou os frutos para Olodumare disse que os frutos das orações, obi podiam ser ingeridos crus sem qualquer perigo. Olodumare ordenou à divindade dos obstáculos, mais velha divindade de sua casa, descobridora dos segredos dos frutos das orações, avisar que daquele dia em diante os frutos do obi não seriam somente um alimento do céu, mas também que onde fossem apresentados, deveriam ser oferecidos primeiro ao mais velho que estiver sentado no meio do grupo, e que seu consumo fosse sempre precedido de orações. Olodumare decretou também que, como símbolo das orações, a árvore do obi somente cresceria em lugares onde os mais jovens respeitassem os mais velhos. Naquela reunião no céu, Olodumare abriu o primeiro obi que tinha somente duas partes: ele deu uma parte para divindade do obstáculo, a mais antiga presente, o segundo obi tinha três partes, as as quais representavam as três divindades masculinas que fizeram as orações que deram origem ao nascimento da árvore do obi, o terceiro obi tinha quatro partes  e representava a vida, única divindade feminina presente na reunião, o quarto obi tinha cinco partes e representava Orisá´nla, o quinto obi tinha seis partes, foi dividido e distribuído entre todos os participantes da reunião, representando a harmônia e o desejo das orações. A vida levou o obi, para a terra, onde sua presença é marcada por orações e só germina e floresce em comunidades humanas onde existe respeito pelos mais velhos, pela ancestralidade e tradição.























terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

IEMANJÁ


A MÃE  DOS  ORIXÁS  , ESPOSA  DE  ÒRINXALÁ. NO BRASIL É A DEUSA DO MAR DA ÁGUA SALGADA, ENQUANTO NA NIGÉRIA, É A DEUSA DE UM RIO. 

 O cristal representa o seu poder genitor e sua interioridade (filhos contidos  em si mesma). Representa a gestação e a própria criação, em alguns mitos considera-se mulher de Orányàn (descendente de Oduduá e fundador de Oyó), de quem ela concebeu Xangô ancestre dicino da dinastia dos Alafin  de Oyó.
A mãe dos orisá, esposa de Orinxalá. No Brasil é a deusa do mar, da água salgada, enquanto na Nigéria, é a deusa de um rio, e orisá dos Egbá, onde existe o rio  Iemanjá, também a deusa do encontro das água do rio e do mar.
A mais antiga das Iemanjá é Iyá Sagba, que quer dizer, (a mãe que passeia sobre as ondas).
Suas cores são o azul claro, branco e azul claro e o cristal.
Sua saudação, Odoyiá que quer dizer = mãe do rio sábado é o seu dia consagrado, juntamente com outras divindades femininas, seu dia consagrado 2 de fevereiro
Segundo algumas fontes. Orisá dos rios e correntes, especialmente do rio Ogum na África.
Seria filha de Obatalá e Oduduwá, casada com Oranyan, fundador do reina de Oyó, teria sido esposa de Aganjú e com ele teva um filho Orùgan que a violou e dela são descendentes  outros quinze orisá ;
Dadá, Xangô, Ogum, Oyá, Olokun, Obá, Oko, Oke, Saponan, Òrun (sol), Osupá (lua), Ososo, e Ajé Saluga (orisá da riquesa). Seus diversos nomes são relativos aos diferentes lugares profundos
do rio.

  Qualidades:

São sete as mais conhecidas :

1) Iemanjá Ogunté (esposa de Ogum Alagbedé)
2)Iemanjá Saba (a fiadeira de algodão, foi esposa de Orunmilá)
3) Iemanjá Sesu/ Susure (voluntariosa e respeitável mensageira de Olokun)
4)  Iemanjá Tuman / aynu /Lewa.
5) Iemanjá Ataramogba / Iyáku (vive na espuma da ressaca da maré)
6) Iya Masemale / Lamasse (mãe de Xangô)
7) Iyá Awoyó / Lemowo (a mais velha de todas, esposa de Oxalá)











sábado, 21 de fevereiro de 2015

Itan de Xangô

"Xangô" procurava a melhor forma de governar e de aumentar seu prestígio junto ao seu povo, conta-se que, para fortalecer seu poder junto ao seu povo, xangô mandou trazer da terra dos baribas um composto mágico, que acabaria sendo sua perdição. O rei Xangô, que depois seria conhecido pelo  cognome de trovão sempre procurava descobrir novas armas, para com elas conquistar novos territórios. Quando não fazia a guerra, cuidava do seu povo. No palácio recebia a todos e julgava suas pendências, resolvendo disputas, fazendo justiça, nunca se queixava. Um dia mandou sua esposa Oyá ir ao reino vizinho dos baribas e de lá trazer  para ele a tal poção mágica, a respeito da qual ouviria contar maravilhas. Oyá foi e encontrou a mistura mágica, que tratou de transportar numa cabacinha. A viagem de volta era longa, e a curiosidade de Oyá era tanta, que num certo momento, ela provou da poção e achou o gosto ruim, quando cuspiu o gole que tomara, entendeu o poder do poderoso líquido Oyá cuspiu fogo, Xangô ficou entusiasmadíssimo com a nova descoberta. Se ele já era o mais poderoso dos homens, imaginem agora, que poderia botar fogo pela boca. Que inimigo resistiria ? Que povo não se submeteria ? Xangô então passou a testar diferentes maneiras de usar melhor a nova arte que certamente exigia pericia e precisão. Num desses dias, o obá de Oió subiu a uma elevação levando a cabacinha mágica, e lá do alto começou a lançar seus assombrosos jatos de fogo. Os disparos incandescentes atingiam a terra chamuscando árvores, incendiando pastagens, fulminando animais. O povo amedrontado, chamou aquilo de raio. Da fornalha da boca de Xangô, o fogo que jorrava provocava as mais impressionantes explosões . De longe o povo escutava os ruídos assustadores, que acompanhavam as labaredas expelidas por Xangô. Aquele barulho intenso, aquele estrondo fenomenal, que a todos atemorizava e fazia correr, o povo chamou de trovão. Mas, pobre Xangô, a sorte a sorte foi-lhe ingrata. Num daqueles exercícios com a nova arma, obá errou a pontaria e incendiou seu próprio palácio. Do palácio, o fogo foi para o telhado, queimando todas as casas da cidade. Em minutos, a orgulhosa cidade de Oió virou cinzas. Passado o incêndio, os conselheiros do reino se reuniram, e enviaram o ministro Gbaca, um dos mais valentes generais do reino para destruir Xangô. Gbaca chamou Xangô à luta e o venceu, humilhou Xangô e o expulsou da cidade. Para manter-se digno, Xangô foi abrigado a cometer o suicídio. Era esse o costume antigo. Se  uma desgraça se abatia sobre o reino, o rei era sempre considerado o culpado. Os ministros lhe tiravam a coroa e o obrigavam a tirar a própria vida cumprindo a sentença imposta pela tradição. Xangô se retirou para floresta e numa árvore se enfocou. "Obá so! obá so"! " O rei se enforcou", correu a notícia. Mas ninguém encontrou seu corpo e logo correu a notícia, alimentada com fervor pelos seus partidários, que Xangô tinha se transformado num orisá. O rei tinha ido para o Orum, o céu dos orisá. Por todas as partes do império os seguidores de Xangô proclamaram: Obá ko so!, que quer dizer "O rei não se enforcou"! "obá ko so!Obá kossô"! "O rei não se enforcou".






















sábado, 7 de fevereiro de 2015

Historia de OXUM

Quando os orixás viviam na terra Oxum era dotada de uma beleza celestial, por isso era  disputada por todos. Sua beleza era tanta que quando ela chegava  perto de uma flor ainda em botão, a flor desabrochava para que ela a colhesse afim de agradá-la. Exú lhe acompanhava em seus passeios matinais para nada lhe acontecesse, Ogum abria os caminhos, Oxóssi arrumava as matas para Oxum passar, Xangó mandava buquês de lírios, Oxumaré mandava-lhes os potes de ouro, enfim ela era cobiçada por todos os orixás. Assim ela levava a vida, Sempre que era lua cheia ela gostava de tomar banho no rio misturava sua beleza com o clarão da lua, ela soltava seus longos cabelos e ficava a penteá-los por longas horas, aquele lugar ficava embriagado com o perfume que exalava dos seus cabelos. Enquanto penteava os cabelos ela cantava: Ou liro ê Ou liro á Oxum vai se banhar. A lua vem clarear, Oxum vai se banhar. A folha que balança para ela passar. Oxum vai se banhar,!..  E assim Oxum tomava seu banho a cantar deixando todos extasiados com o seu canto maravilhoso. Uma noite Exú esperava Oxum deitado em uma pedra ouvindo aquele canto melodioso  fez com que ele cochilasse. Eruan era uma serpente que morava no fundo do rio, invejosa dos dotes de Oxum deu-lhe uma picada e levou-a para o fundo do rio deixando-a presa e tomou o lugar de Oxum vestiu a sua roupa enfeitou-se com finas raízes encontradas no fundo do rio, fazendo os longos cabelos. Quando Exú acordou do cochilo notou o silencio e foi espiar Oxum, sentiu que tinha algo estranho com ela. Desconfiado falou; Oxum, amanhã você irá a casa da vó Nanã experimentar o ves-  tido da festa de domingo?  Oxum respondeu claro que iremos.Você sabe que vó Nanã acorda bem cedinho. Exú ficou preocupado, pois não havia festa nem roupa para experimentar, Exú levou Eruan para casa de Oxum, já tarde todos dormiam, em seguida voltou para o rio e mergulhou para o fundo procurando Oxum, depois de muito tempo encontrou-a e tirou-a dali e levou-a para casa de Oxóssi que muito assustado procurou socorrê-la dando lhe ervas para reanimá-la. Depois de muito tempo e de muita aflição Oxun voltou a si e Exú contou-lhe o acontecido e foi embora pensando o que teria de  fazer com Erun. quando Erun picou Oxum deixou-a envenenada as pressas Oxóssi consultou Ifá que  disse que ele catasse dezesseis sangue-sugas e as colocasse em Oxum a medida que elas chupassem o sangue seriam mortas e o veneno que estava no sangue de Oxum seria retirado, e muito preocupado Oxóssi fez, porem Oxum perdeu muito sangue ficando muito fraca. Oxóssi levou dias dando leite de cabra para que ela restabelecesse. Enquanto isso Exú procurava um jeito de castigar Eruan; fez amizade com ela e disse que vó Nanã estava adoentada que teriam que em outro dia logo que ela melhorasse e ele teria que tirar cipós de fico para tecer a vestimenta, ela acreditou e foi para a mata tirar os cipós com ele e lá mesmo Exú começou a tecer no pé de um coqueiro os cipós. Assim que estava pronto Exú mandou  Eruan experimentar para ver se o trançado ficara bonito, fazendo-a ela vestir o tecido. Logo que ela experimentou o tecido ainda preso no coqueiro Exú prendeu-a deixando-a imobilizada, ela queixou-se que estava apertado ele disse que era assim mesmo, ele juntou umas palhas secas e tocou fogo em Eruan a serpente invejosa. Voltou Exú  para ver Oxum ainda fraca mas se recuperava. Oxóssi e Oxum se apaixonaram ficaram juntos diz a lenda que Oxóssi é o primeiro marido de Oxum, que é sempre muita grata a Exú pela amizade que ela lhe dedica. No próximo conto Exú vai estar com ela em outra aventura.
















sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

AJÈ SALUGA Orisá da Riqueza e das Grandes Fortunas

Na África é muito cultuada pelas pessoas possuidoras de negócios e comercio. É o orisá da riqueza. Ajè Saluga se espalhou por toda a terra Africana e foi e foi uma mulher que todos gostavam de ouvir falar, pois, falava da antiga sabedoria egípcia com seus mistérios e grande conhecimento dos movimentos e da natureza. A saudação para Ajè Saluga é " Ajè o ajè o " e sua visita a uma casa traz mais desenvolvimento e riqueza a todos da casa, Ajè Saluga além de ser o orisá da riqueza da abundância é também relacionada à saúde. Em ocasiões importantes quando grandes quantidades de dinheiro são gastos é costume (em terras africanas)se dar gritos de " Ajè O, Ajè O" o que implica que tais gastos são possíveis graças à benção da do orisá e tais ocasiões dão uma demonstração concreta de sua generosidade. Encontrar uma grande concha no caminho é considerado um signo de muita boa sorte. Ajè Saluga simboliza para o povo yorubá o poder de ganhar dinheiro para uma vida sem dificuldade e prosperidade extensiva a toda sua família. Quando uma pessoa está em uma situação precária, endividada é aconselhado que assente ou trate de Ajè Saluga. Para que os poderes de Ajè Saluga se sinta, ao se assentar Ajè, o iniciado tem que ter alguns assentamentos já preparados de alguns orisá que são; Esú Obasinjale, Ornmilá, Osonyin, e logicamente seu Igba Ori que deve ficar próximo de Ajè tem que ter Sango ou Orinxala. É por isso que dificilmente se vê um omorisa que tenha essa entidade assentada e o veremos mais assentada para Babalawo ou Babalorisa.
Ajè é um orisá cheio de tabus e que pode perder seu encantamento quando tais tabu não são levados a sério. Um dos mais importantes tabu é que só pode manusear e tratar dos axé de Ajè Saluga a pessoa que a recebeu, sob pena e risco de se perder todo o encantamento quando esse orisá é cuidado por uma pessoa que não é a que recebeu, outro tabu importante é que mulheres não podem por a mão em Ajè Saluga, pois quando isso ocorre perde-se o poder de Ajè uma vez que todas as mulheres têm poder de Yami. Por este motivo não se deve deixar entrar mulheres no ambiente onde vive Ajè, pessoas que não sejam de inteira confiança daquele que tem Ajè.
Ajè Saluga é a filha mais nova de Olokun e também irmã caçula de Yemonjá, Ajè tem o poder sobre as marés, as ressacas, as ondas, e as catástrofes.
Que ocorrem quando o mar invade a terra e destrói o que encontra pela frente.
Olokun teve nove filhas, sendo Yemonjá a mais velha e Ajè Saluga a mais nova das Olokun também dividiu o segredos dos mares com suas nove filhas, mas não deixou que nenhuma soubesse do segredo que a outra sabia e assim nenhuma delas conhece por completo o segredo de Olokun.


O surgimento de Ajè Saluga :

Quando se encontrava no Orun e convivia ao lado de Olodumare, Ajè Saluga o grande caramujo era do sexo feminino e se chamava Aina. Naqueles dias Ifá passava por grandes dificuldades financeira e por ser muito pobre não era convidado a festa alguma.
Aina recém nascida era por demais feia.
Sua aparência terrível fazia com que todos evitassem sua companhia e ninguém aceitava tê-la muito próxima.
Depois de ser rejeitada em todas portas.
Aina bateu a porta de Ifá.
Que apesar de está vivendo uma vida miserável acolheu Aina.
Uma bela noite, Aina acordou Ifá anunciando que estava prestes a vomitar.
Ifá apresentou-lhe uma tigela para que vomitasse, mas ela recusou.
Ifá apresentou-lhe uma cabaça,e novamente ela recusou.
Ifá apresentou uma jarra para Aina vomitar.
E novamente ela recusou.
Ifá disse não sei que vasilha lhe traga para vomitar.
O que devo trazer, ou fazer?
No Orun de onde venho costumava vomitar todos os dia em meu quarto.
Ifá conduziu Aina  a um quarto
Aina começou a vomitar
Vomitava todo tipo de riquezas
Vomitava pedras preciosas
Vomitava pedra preciosas azuis, branca, vermelha de todas as cores
Neste momento passava pela rua algumas daquelas pessoas que desprezaram Aina no passado
Eles entraram na casa de Ifá e perguntaram oque está acontecendo
Ifá respondeu que tratava-se de Aina que estava no quarto com crise de vomito
Uma das pessoas entrou no quarto pra ver oque acontecia
Ele deparou com Aina vomitando pedras preciosas e clamou:
Ajè O Ajè O, ele disse
Nós não conhecíamos os poderes de Aina
E ele disse junto aos outros, estamos dispostos a servir Aina para vida toda.
Ifá entrou no quarto e disse :
Aina a partir desse momento seu nome vai ser Ajè Saluga e seras a guardiã de todas as fortunas e riquezas da terra e do mar e todos que quiserem alcançar a riquezas terão que recorrer a você.
Ajè O Ajè O!..

É o orisá que protege as grandes fortunas, e por isso é adorada por todas as pessoas possuidoras de grandes fortunas. É representada por uma concha grande chamada Ajè e por outras dezesseis menores a sua volta representando a mãe rodeada de sua crias, símbolo da reprodução e multiplicação. Leva também um ota colhido no oceano, vinte e um ide de cobre duzentos e um búzios e muitas moedas. A vasilha continente de seu assentamento pode ser, dependendo do odu que apareça, um alguidar grande e branco, uma uma grande bacia de louça branca ou em uma gamela de madeira branca, mas tudo dependendo do odu da pessoa para quem é assentada. Ajè tem que ter uma representação em três ile: -uma igba  Ajè Saluga que deve ficar no quarto de Osala ou no quarto de Sango tudo dependendo do odu que rege; uma outra representação deve ficar na casa de Esu com assentamento do Esu Obasinlaje ou Esu Odara e finalmente uma representação na casa de Egun, no Ile Ibo Aku.